Pesquisar
Loading...

SUS já oferece dezenas de terapias alternativas, veja a lista

Práticas ganham mais espaço no cenário de saúde do Brasil

Atualizado em

O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer, desde março de 2018, mais dez novas modalidades de terapias alternativas gratuitamente para a população. Até o ano anterior, eram apenas 14. O total chegou a 29 neste primeiro semestre. As terapias complementares à medicina tradicional foram descobertas ao longo da história e em diversas culturas. É o caso da acupuntura, prática milenar chinesa, parte da lista de terapias integrativas oferecidas. Por bastante tempo, foram consideradas um conjunto de práticas de diagnose e terapia sem validação científica, fruto de mecanismos fisiológicos não conhecidos, práticas metafísicas e também espirituais.

Isso acontece porque, quando se pensa em medicina, a primeira coisa que vem à cabeça é a imagem do médico de jaleco branco dentro do consultório ou do hospital. Crescemos acostumados à medicina tradicional, também chamada de alopatia, que é o oposto do conceito de terapias alternativas, assunto pouco discutido entre familiares e amigos.

O que é medicina integrativa?

Segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), terapias alternativas são práticas utilizadas em substituição às da medicina tradicional. Em razão disso, o governo usa o termo “terapia complementar”, que deve funcionar em conjunto com a medicina tradicional de forma agregadora e não substitutiva. O termo integrativa é usado quando há associação da terapia médica convencional aos métodos complementares ou alternativos a partir de evidências científicas. Essas terapias podem ajudar na prevenção de doenças por terem um entendimento mais amplo do processo saúde-doença.

Implementação da Política Nacional

O Ministério da Saúde, com o apoio da OMS, busca normatizar as experiências dessas terapias e oferecê-las de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), criada em 2006.

Com isso, as terapias passaram a ser chamadas de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Neste primeiro momento, homeopatia, plantas medicinais/fitoterapia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, medicina antroposófica (uma das técnicas dessa prática é a Terapia Biográfica) e o termalismo social/crenoterapia foram institucionalizadas no SUS.

Um dos objetivos é fazer com que a população conheça e desmistifique o conceito das práticas integrativas, além de divulgá-las para que cada vez mais pessoas também possam fazer uso.

Os atendimentos são gratuitos em unidades cadastradas.

Outro fator importante nessa implementação é a valorização das diversas culturas, de forma a gerar equidade no momento da atenção em saúde. Ou seja, fazer com que indivíduos com características culturais diferentes possam ser atendidos de forma inclusiva e respeitosa.

Entre março de 2017 e março de 2018, 24 novas PICS foram incluídas no SUS. Algumas delas são: meditação, arteterapia, reiki, musicoterapia, apiterapia, aromaterapia e constelação familiar. Após a inserção, o Brasil se tornou referência na oferta da categoria na atenção básica.

Quem pode aplicar?

Mesmo com todo o reconhecimento científico e institucionalização das terapias, muitos profissionais da medicina tradicional ainda não as aceitam – o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece apenas duas (acupuntura e homeopatia) das dezenove práticas oferecidas pelo SUS até o fim de 2017. Entre as adicionadas este ano, pelo menos seis das dez práticas também não são reconhecidas pelo conselho médico no Brasil.

Segundo a resolução n° 1499/98 do Conselho, médicos não podem ministrar práticas alternativas, mas podem recomendar as que são aceitas clinicamente. Entretanto, conforme determinação do governo, em unidades do SUS, outros profissionais de saúde podem prestar o atendimento: enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e biomédicos ficam a frente da oferta das práticas complementares em postos de saúde. A regra é válida apenas para o Sistema Único de Saúde e não interfere em tratamentos em consultórios particulares.

Terapias integrativas no dia a dia do país

Dados do Ministério da Saúde afirmam que 8,2 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) ofereceram alguma das PICS em 2017 – sendo 19% do das unidades. No total, 3.018 municípios do Brasil ofereceram terapias integrativas, corresponde a 54% das cidades. Já em 2018, as terapias são encontradas em 9.350 estabelecimentos em um total de 3.173 municípios. Dentro desse número, 88% delas são oferecidas na Atenção Básica (onde se recebe a orientação sobre prevenção de doenças, se dá o primeiro atendimento em casos de agravos e também onde ocorre o direcionamento de casos mais graves para níveis de atendimento de outras complexidades). Além disso, está presente em 100% das capitais.

A estimativa é que cerca de cinco milhões de pessoas por ano utilizem as práticas no SUS em atendimentos individuais e coletivos no país. Essa previsão é quase cinco vezes maior e baseada nos 1,4 milhão de assistências individuais que aconteceram no último ano no Brasil.

Lista de terapias alternativas oferecidas pelo SUS

Equipe Personare

Equipe Personare

Nós, da equipe Personare, também estamos em um processo constante de conhecimento sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre as relações humanas.

Saiba mais sobre mim